NATAL DO MIUDO
Frio agreste, pinheiro sorri. Lareira corpo aquece, Inverno, Sol desaparece, Miúdo ao canto adormece, Pai Natal gosto de ti. Quero um cavalo, um carro, uma bola. Senhor quero: comer, uma esmola. Mãe vou ter brinquedos? Se te portares bem, dou-te uns sapatos. O Pai Natal, um carro de lata, Pão, arroz doce, pastel de nata. Pai Natal entra pela chaminé? Nós não temos na barraca! Entra pela greta com a saca! Com teu cavalo de madeira, Carro de lata, bola de trapo. Come o bacalhau, vai para a cama, Amanhã vês o sapato. Lá fora: o vento, o frio, a neve. Cá dentro: frio,ânsia, sono leve. Olha o cavalo, o carro, a bola. Pai Natal foi meu amigo, Trouxe com ele na sacola, Os brinquedos que lhe tinha pedido. Obrigado! Obrigado! |
POETA NÃO É FINGIDOR
Poeta não é fingidor E sofre completamente Escreve com muito amor O que o seu coração sente Ser fingidor anónimo Julgo não ser coisa boa Por detrás no heterónimo Tal como fazia o Pessoa Poesia pode nascer De jovens, velhos, idosos, Um universo a escrever, Verdadeiros ,mentirosos. O Poeta de alma nobre Retrata a fúria do vento Ora rico ora pobre Mas pleno de sentimento A alegria tristeza e amor Aparecem lado a lado Na pena de um sabedor Ou na letra de um fado Não é Poeta quem quer Esta é a grande verdade É-se Poeta ao nascer Já com essa faculdade Ao mundo da poesia Tenho honra em pertencer Escrevo a minha alegria De manhã á tarde ao anoitecer Nestas quadras com nexo Retrato e não invento Vejo o espelho o reflexo Dum Poeta com sentimento . |