A MINHA CANETA
Oh caneta! amo-te imenso, Tu és minha vida e alma, Tens sangue azul intenso, Espelho da minha calma. Alta noite, horas mortas, O silêncio é profundo. Tu escreves por linhas tortas, Eu afasto-me do mundo. Noite perde-se em cavaco, Nas trevas onde me sinto, Distante no meu buraco, Sózinho, a escrever não minto. Estou a escrever e não minto. Alivio o pensamento, És loura tal como trigo, Amigos levou o vento. Delicias do abandono, No silencio uma trombeta, Meus Amigos tenho: o sono, Papel e a minha caneta. Carlos Cardoso Luís |
BERÇO DAS GIESTAS
Um Maio primaveril, Flores que o Mundo tem, Depois das águas de Abril, Enfeitam o dia da Mãe. Estradas verdes engalanadas, Lembram a alegria das festas, Lençol de flores amarelas, Berço sorriso das giestas. A quietude da paisagem, A serra, o lobo que uiva, Giestas pintam a imagem, Das serras de Vila Ruiva. Vamos descansar a alma, Usufruir tanta coisa boa, Respirar fundo, beber a calma, Esquecer a barafunda de Lisboa. Carlos Cardoso Luís |