A PAZ DA SERRA
Deixo o frenesim, o cimento, Espaço que é minha terra. Subo ás nuvens num momento, Estou no alto da serra. A torre, o cantaro grande, A cabeça do velho ,vale glaciar, A lagoa de Rossim, Tanta beleza só para mim. Decerto estou a sonhar, Uma semana a imaginar, A focar tanto esplendor. Água corre na serra, Castanheiros bordejam estrada, Ovelhas passam em desfile, Serra toca o céu, Ar leve como a lã. Sem frenesim, sem cimento, Que bom é viver na serra. Ar puro, água gelada, Alma e mente descansada. Ouvir sussurrar o vento, Sem querer ouvir mais nada. Carlos Cardoso Luis |
ACTORES
Sete da manhã, cara lavada, Camisa de marca, fato catita, Gravata, meias, sapatos a condizer. Bruto carro, cenário habitual. Espectáculo começa ás dez, Papel actor principal, Titulo “Trabalhar”, Género farsa em dois actos, Primeiro acto, o senhor, Segundo acto, o vagabundo. Música abafada pela vaidade, Cenário a fugir á realidade, Luz fraca, artificial, Decoração enganosa, Fim do primeiro acto. Camisa rota, fato remendado, Gravata berrante, sapatos sem meias. Viagem eléctrico, regresso. Espectáculo terminas ás dez, Transformista, papel embrulho. Titulo “Trabalhar”, Género farsa que terminou. Vagabundos errantes, trabalhadores. Espectáculo diário, Musica, musica,musica, Na vida somos todos actores. Carlos Cardoso Luis editar . |